Referências nacionais no âmbito da educação, ministraram palestra na UFU na Escola de Extensão e Cultura da Proexc

por: Bárbara Fernandes, estagiária em graduação, ObEXC
26/10/2017 - 16:48 - atualizado em 17/11/2017 - 16:37

A fim de discutir a base extensionista das universidades na atualidade e suas implicações na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), reuniu-se no dia 17 de outubro, o Pró-reitor de Extensão e Cultura (Proexc UFU) professor Helder Silveira, com os convidados: Carmen Moreira de Castro Neves – Educadora e membro da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, mais o diretor executivo do Instituto Arte na Escola, Cláudio Anjos. Helder explica que a reunião teve a finalidade de buscar iniciar uma parceria de boas ideias, visando a elaboração de novos projetos para a extensão e cultura da UFU.

No encontro foi apresentada a Escola de Extensão e Cultura da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc) da UFU, que está em fase de consolidação. Ela terá como objetivo principal administrar e fomentar a oferta de cursos de extensão dentro da UFU, com o intuito de ampliar a transferência de conhecimentos disponíveis na Universidade para a comunidade interna e externa. O pró-reitor da Proexc salienta que o Brasil vive um momento de revisão das políticas de extensão e de cultura, e isso exige priorizar a importância de uma visão mais experiente o que os dois convidados trazem consigo.

Cláudio Anjos explica que o que caracteriza a extensão é a quebra de barreiras. “Fazer com que o fluxo de conhecimento seja não só da universidade para a comunidade, mas principalmente da comunidade, para a universidade, alimentando-a de problemáticas que façam sentido no seu dia a dia”, esclarece.

“A extensão vive a realidade do seu território”, diz o diretor executivo do Instituto Arte na escola, Cláudio Anjos.

Para elucidar melhor a questão, Cláudio Anjos dá o exemplo do projeto Arte na Escola, que organizou uma rede de 35 universidades de todo o país, entre elas a UFU, para ofertar ações de formação continuada de professores de educação básica por meio da extensão. Nesse modelo, a partir da problemática identificada dentro das salas de aulas, é que os professores levam os questionamentos para dentro da universidade. Ação contrária ao arquétipo tradicional do país, onde as teorias são fundamentadas dentro da academia, para depois serem testadas e colocadas em práticas nas escolas.

Também foi discutido sobre os Itinerários Formativos, suas aplicações e desdobramentos, sobre a Escola em Tempo Integral e como os processos extensionistas de conhecimento podem auxiliar na efetivação desse modelo e sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Carmen Moreira de Castro Neves salienta que 2,2 milhões de professores que estão no exercício de suas atividades, terão que se formar em relação a nova BNCC, e que as escolas de extensão são de extrema importância para isso, uma vez que realizam esse processo de forma mais rápida e associada a graduação. “Acho que vai ser um indicador importantíssimo de como fazer uma formação em exercício, viva e ágil, que responda rapidamente as necessidades dos professores”, reitera.

“A função da universidade é pensar o presente em sintonia com o futuro, o local relacionado com o global”, diz a educadora Carmen Neves.

Quando questionados sobre os desafios para a implementação da extensão nas universidades e seu maior alcance, a educadora e membro da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, Carmen Neves, deixa claro que para ela, falta diálogo. Diálogo entre as pró-reitorias das instituições e entre os parceiros dos projetos. Caso isso acontecesse de maneira mais efetiva, a professora acredita que seria possível pensar de forma mais empreendedora, para assim, prospectar novos caminhos a serem seguidos e novos arranjos produtivos locais. Comenta ainda que acredita que a universidade deve fornecer um suporte acadêmico cientifico às ações de extensão, de modo que as mesmas tenham a solidez necessária para sua efetivação. “Não se pode fazer um projeto que seja rápido, mas frágil”, finaliza.

Em relação as expectativas quanto a Proexc UFU, e ao trabalho a ser desenvolvido, Carmen acredita que com a preocupação e articulação com a comunidade que a Proexc apresenta, um novo status para a extensão dentro da Universidade, irá surgir. “Eu acho que a Proexc pode revolucionar a extensão na UFU e ser um exemplo para as outras universidades brasileiras”, revela.

O diretor executivo do Arte na Escola, Cláudio Anjos, aponta a inovação como ponto crucial para o trabalho a ser feito. Conta que dentre os seminários internacionais que participa, percebe uma nova tendência em relação aos rankings classificatórios das universidades. Os mesmos passarão a incorporar o impacto social que a universidade gera em seu entorno, para a nota final. Dessa forma, projetos extensionistas são de extrema importância para a instituição e, consequentemente, para a comunidade. Finaliza dizendo que está muito feliz em poder contribuir com a construção de um novo pensamento, de uma nova sociedade dentro da UFU.

Hélder Silveira, Pró-Reitor da Proexc, acrescenta: “a extensão atravessa todo o processo de graduação e, o modelo aqui proposto na UFU, é aquele no qual o estudante deva se envolver em diferentes ações, projetos e cursos, das mais variadas áreas do conhecimento, mas sem que isso conste como uma obrigatoriedade curricular”.

Ambos os convidados da Proexc exercem trabalhos de destaque no campo educacional nacional. Carmem Moreira de Castro Neves é educadora e membro da carreira de Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental, licenciada em Letras pela Universidade Católica de Pelotas e mestre em educação pela Universidade de Brasília (UNB).

Além de diretor executivo do Instituto Arte na Escola (Fundação Iochpe), Claudio Anjos, é ex-diretor de Educação e Sociedade do British Council no Brasil (organização internacional do Reino Unido para educação e relações culturais). Cláudio é graduado em Administração de Empresas e Direito. Atuando na área de Marketing e Planejamento Estratégico ao longo dos últimos 20 anos; e seu trabalho já contribuiu com instituições como National Geographic, Fox, Hospital Albert Einstein e Eucatex.

Da esq/dir: Pró-Reitor professor Hélder Silveira, Educadora Carmem de Castro Neves e Cláudio Anjos diretor do Instituto Arte na Escola.

 

Serviço - Equipe Observatório de Extensão e Cultura (ObEXC Proexc): Bárbara Fernandes, estagiária de graduação em Jornalismo; Eduardo Gomes, estagiário de graduação em Design; e supervisão de José Amaral Neto, coordenador do ObEXC.

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